sexta-feira, 14 de outubro de 2022

CHAPADA DOS GUIMARÃES E CUIABÁ

 

Cuiabá nunca esteve no nosso roteiro, mas foi em uma viagem de trabalho, durante a pandemia (janeiro de 2021) que nos fez querer conhecer a natureza exuberante da região. 




1ª viagem na pandemia

Cuiabá é uma cidade pequena e não tem muito o que ver, mas já que vai se deslocar até lá, vale a pena dar um passeio e conhecer os principais lugares turísticos da cidade. O fato curioso sobre essa capital brasileira, é que ela fica exatamente no meio da América do Sul e bem no ponto central da cidade há um monumento sobre o marco. Também é importante saber que o fuso horário mato-grossense não acompanha Brasília, ficando 1 hora atrás. É ainda a porta de entrada da Chapada Guimarães e do Pantanal Mato-Grossense.

Cuiabá - MT

Como só tínhamos uma tarde disponível para conhecer a cidade, foi uma divertida e produtiva maratona.

Vale iniciar com um passeio, e se der, incluir o almoço no Mirante das Águas. É um visual bem diferente e agradável com uma bela vista do Rio Cuiabá, que dá nome à cidade. O restaurante é especializado em comida cuiabana e possui mais de 300 anos de existência. 


Mirante das Águas

Mirante das Águas

Mirante das Águas

Seguimos então para o centro Geodésico da América do Sul, que funciona como a identidade de Cuiabá, onde vimos o obelisco de mármore, com seus 20 metros de altura. Este marco funciona mais ou menos como o Cristo Redentor para o Rio de Janeiro e marca o centro da América do Sul. Lá estão as distâncias para várias cidades brasileiras. Este monumento fica em frente à Câmara de Vereadores da cidade e não é preciso entrada ou reserva. É um local aberto. Portanto, se seu tempo estiver apertado, ele pode ser visitado a qualquer hora do dia.

Obelisco no Centro Geodésico da América do Sul

Câmara dos Vereadores de Cuiabá - em frente ao Centro Geodésico

Junto ao marco de Recife - no Centro Geodésico da América do Sul

Centro Geodésico da América do Sul

Não podíamos deixar de conhecer a Arena Pantanal. Construída em 2014 para receber os jogos da Copa do Mundo, passou a ser uma atração turística da cidade. É uma construção bonita e é possível fazer a visita do local. Diferente de outras arenas da copa, essa se destaca pelo seu formato retangular. 


|Indicação da direção da Arena Pantanal

Arena Pantanal

Arena Pantanal

Ainda fizemos um breve passeio pela orla ou novo porto de Cuiabá, onde existem alguns barzinhos, mas passamos muito rapidamente.


Novo Porto de Cuiabá

Finalizamos nosso passeio em Cuiabá com um jantar no restaurante Lélis, que tem rodízio da comida típica cuiabana, incluindo os peixes como o Tambaqui, que são deliciosos, além de pratos com carne de jacaré.


Restaurante Lélis - Cuiabá

Restaurante Lélis - Cuiabá (Tambaqui)

Restaurante Lélis - Cuiabá (Tambaqui)

Restaurante Lélis - Cuiaba

Durante nosso evento de trabalho, também conhecemos um restaurante muito bom em Cuiabá, chamado Talavera Bar e Restaurante. Fica como uma boa opção de jantar em um local bem agradável. 

Talavera - Bar e Restaurante. 

Talavera - Bar e Restaurante

Caso haja tempo livre, fica a dica de conhecer o Museu do Morro da Caixa D’Agua Velha – foi transformado em uma galeria em 2007 e conta um pouco da história de Cuiabá com uma exposição dentro de uma Caixa D’Agua do reservatório de águas da cidade, fundado em 1882.


Museu do Morro da Caixa D'agua Velha

Outros pontos turísticos que a gente não conseguiu visitar foram: Museu do rio e Aquário Municipal, centro histórico com sua arquitetura colonial, Santuário de Nossa Senhora do Bom Despacho, Parque Mãe Bonifácia, Casa do Artesão e o Parque da Águas (com show noturno de águas).

O tempo foi curto, mas ficamos satisfeitos com nosso passeio. Claro que se tivéssemos mais tempo a gente tinha aproveitado bem mais. Mas era hora de dormir, pois iríamos cedinho para nossa aventura natureza na Chapada Guimarães.  

Tínhamos todos os nosso passeio contratados com o Alberto, da Chapada Explorer, que foi muito atencioso e inclusive fez nossa reserva de hotel. Seguem os contatos dele: (65) 992288154 – fone e Whatsapp, no email: atendimento@chapadaexplorer.com.br e no site www.chapadaexplorer.com.br  Inclusive no site dele, tem outras opções de passeios que não pudemos fazer por ter pouco tempo disponível. 

No dia seguinte, seguimos de carro alugado para a Chapada dos Guimarães. Um trajeto de 65km em uma estrada boa pela BR 251, que durou cerca de 1 hora. Ficamos hospedados na Casa da Quineira. Uma pousada novinha, inaugurada na Copa do Mundo, aconchegante e confortável. O quarto e o banho precisavam ser maravilhosos, para que a gente se recuperasse dos passeios “Natureza e Trilha” (que não é o meu forte!). Claro que vai ter outras pousadas muito mais baratas, mas eu fiz questão de conforto. O café da manhã é caprichado e  tem um jantar (que achei meio caro) feito por um chef cuiabano. A gente preferiu jantar nos restaurantes da vila, na praça Dom Wunibaldo, que ficava a 10 minutos de caminhada do hotel (750 metros).


BR 251 - à caminho da Chapada


Pousada Casa da Quineira

Pousada Casa da Quineira

Pousada Casa da Quineira

Ah! Antes de falar dos passeios, é preciso falar da preparação para eles – compramos sapatos de trilha com fácil drenagem de água. Tênis ficam escorregadios e demoram a secar, ficando desconfortáveis para os pés e ficando com mau cheiro. Esses sapatos são vendidos em lojas especializadas em trilhas (compramos os nossos no mercado livre). Embora parecessem bem confortáveis, nos arrependemos de não levar meias para as trilhas. Pois, ao longo do dia, ficamos com calo nos pés... A empresa responsável pelos passeios fornecia as perneiras e não tivemos que comprar. O ideal é levar camiseta de manga longa, com proteção solar e roupas que sequem rapidamente. Não esquecer protetor solar, chapéu, garrafa de água e lanche!!!!

 Saímos logo cedo de Cuiabá, pois já tínhamos passeio ao chegar na pousada. Nosso primeiro passeio foi o Circuito Águas do Cerrado. O circuito é feito na Fazenda Buriti, uma propriedade privada que oferece os passeios e só pode ser realizado com guia. A propriedade fica a 60 Km de Guimarães. O percurso inicia na sede da fazenda e tem a extensão de 8km visitando 8 cachoeiras.  Fizemos o passeio com o Gleidyson (@Gleidyson.ribeiro), que se mostrou um guia muito experiente e cuidadoso. Compartilhou conosco seu vasto conhecimento sobre a fauna e flora local. Escolhemos o passeio privativo, pois não gostamos de passeios em grupo. Preferimos fazer tudo no nosso ritmo e ter um contato maior com a localidade.

Claro que o caminho era bem complicado e tivemos um perrengue logo no início. A ponte que dava acesso à trilha quebrou e o pneu do carro ficou preso. Ainda bem que outros carros que estavam fazendo o passeio, pararam para nos ajudar. 


perrengue na ponte


e enquanto espera, a pessoa acha um osso - que animal andou sendo comido por ali?

Perrengue resolvido, vamos em frente!

O circuito das águas é lindo, mas eu confesso que fiquei bem estressada com o fato de ter que usar perneiras. Pois significava que tinha cobras por lá... Eu tenho muito medo desse tipo de passeio por causa da fauna natural do lugar. Mas amei e iria de novo!



Fazenda Buriti

Fazenda Buriti

Prontos para a trilha - já com as perneiras e o enorme medo que me dominava...

Partiu cachoeiras - quem vê a foto até pensa que eu estava muito a vontade!

Pocinho do Amor

Cachoeira do Sossego

Cachoeira Alma Gêmea

Cachoeira do Sossego

Circuito das cachoeiras

Pocinho do Amor

Pocinho do Amor


Cachoeira da Pedra Furada

Marmelo

Circuito das Cachoeiras

Cachoeira do Sossego

Cachoeira da Pedra Furada

Nosso guia - Gleidyson Ribeiro da Chapada Explorer

Circuito das cachoeiras

Olha uma pegada no caminho... o guia falou que era de anta.

E uma casinha de João de Barro

Nesse circuito conhecemos o Poço do Amor, Cachoeira do Sossego, Cachoeira do Coração, Cachoeira Alma Gêmea, Cachoeira da Pedra Furada ou Pedra Encantada, Cachoeira do Mistério e Cachoeira das Orquídeas. O percurso pode variar de acordo com a estação e com o guia. Na propriedade existem outras cachoeiras e dependendo da vazão das águas elas serão incluídas ou não no passeio, para que não haja risco. Sentimos cheiro de Almiscar, conhecemos uma planta típica da região chamada Olho de Pomba e vimos o marmelo e a flor do Cerrado. A água é bem transparente e a primeira impressão é de que a água é bem fria, mas faz tanto calor que rapidamente nos acostumamos à temperatura da água e achamos tudo muito agradável, 

O proprietário da fazenda chama-se Paulo. Ele explora a localidade desde 2016. No retorno do passeio, o almoço é servido na fazenda. Ficamos bem satisfeitos com a experiência.

Ao chegar na pousada após esse ia incrível, ainda fomos dar uma voltinha no centrinho, pra poder conhecer um pouco da cidade de Guimarães.


praça Dom Wunibaldo

praça Dom Wunibaldo

 Acordamos cedo no segundo dia e após um café da manhã saboroso, seguimos como nosso guia para o segundo dia de exploração da Chapada Guimarães. Nosso passeio de hoje foi contratado com a Chapada Explorer e mais uma vez, optamos por um passeio privativo. 


Café da manhã da pousada

Começamos nosso passeio indo à Cidade de Pedras. A beleza do lugar é realmente indescritível. São imensos paredões de pedras que alcançam 350 metros de altura, com vários desníveis. As rochas foram esculpidas pelo vento e chuva e formam um belíssimo cenário. A entrada nesse paraíso só é permitida com um guia oficial habilitado. O local foi o cenário da abertura da novela global “Fera Ferida”.

A Cidade de Pedras fica a cerca de 20 Km de Guimarães, pela MT 020,  em uma estrada bem difícil de arenito e areia fofa.

Neste passeio é comum ver bandos de araras vermelhas que sobrevoam os paredões. O guia dá algum tempo para que se possa ficar à vontade para andar nos canyons e tirar muitas fotos.


Cidade de Pedras

Cidade de Pedras

Cidade de Pedras

Cidade de Pedras

Cidade de Pedras

Cidade de Pedras

Cidade de Pedras

Cidade de Pedras

Nessa área do passeio também aprendemos muito sobre o Aquífero Guarani – uma das maiores reservas subterrâneas de água doce do mundo. A Cidade de Pedras é uma área de recarga desse aquífero. Neste local, a água infiltra o solo e fica armazenada em meio as rochas do antigo deserto.

 O ponto mais alto da Chapada dos Guimarães é o Morro de São Jerônimo. Lá tem uma trilha que requer um bom condicionamento físico com uma caminhada de uns 20 Km (ida e volta) até o seu topo (850 metros). Nós não fizemos essa trilha, mas nosso guia nos mostrou o morro e contou as muitas lendas da região. Muitos contam que ali é um ponto de aterrisagem de discos voadores e acreditam que o morro é habitado por gnomos e duendes.


Ao fundo, o Morro de São Jerônimo

Como toda região turística que se preza, essas lendas são exploradas e paramos na estrada na Casa do Mel, para ir ao banheiro e fazer um lanche antes de seguir para a próxima maravilha. E claro, lá tem vários ETs para tirar foto!

 


Hidromel de Hagnar - vamos provar?





Seguimos com nosso guia para a próxima parada, que seria o Rio Claro e a Crista do Galo.


Entrada do Parque Nacional dos Guimarães


A Crista do Galo, primeira parada do percurso,  é um local de onde é possível ver todo o paredão de arenito e fica no Vale do Rio Claro. A vista é impressionante e o silêncio do lugar juntamente com a grandiosidade da natureza nos proporciona uma sensação maravilhosa.  A subida é íngreme, mas não é difícil e pode ser feita em poucos minutos. Essa trilha proporciona visuais incríveis e poços de água cristalina e agradável para banho.

Crista do Galo

Crista do Galo

Crista do Galo

Crista do Galo

Crista do Galo

Seguimos até o Poço das Antas, com água super transparente e cheia de pequenos peixes. É uma espécie de piscina natural. Aproveitamos para nos refrescar e comer nosso lanchinho (que nesse dia tivemos que levar). Depois, seguimos para o Poço Verde, onde fizemos um percurso de flutuação nas corredeiras naturais que durou cerca de 30 minutos. Confesso que eu estava apavorada, mas que foi tudo maravilhoso! A flutuação termina em uma outra piscina natural chamada de Poço Encantado,  onde ficamos relaxando por um bom tempo (depois que eu descobri que tinha sobrevivido – hahaha!).

Nesse dia eu fiquei ainda mais aflita, porque o guia falou que não precisava de perneiras, mas fiquei bem encucada. Pois afinal, as flora era idêntica, então as cobras também deveriam estar por lá, né?


cerrado

Cerrado

Pegada - e o guia falou que era de onça!!!!

trilha para o Rio Claro

Circuito do Rio Claro

Poço das Antas

Poço das Antas

pegadas de Anta

Poço das Antas

Poço das Antas

Poço das Antas

Flutuação no Rio Claro
 

Depois desse passeio incrível, nosso guia nos levou ainda para ver o famoso cartão postal da Chapada dos Guimarães – a Cachoeira Véu da Noiva. Formada por uma queda d’agua de 86 metros do rio Coxipó, é o principal ponto de visitação do Parque Nacional. A cachoeira pode ser vista através de um mirante do parque. Desde 2008 não é mais possível entrar na água e tomar banho na cachoeira, pois houve um desmoronamento com vítimas fatais naquela ocasião.



Véu da Noiva

Cachoeira Véu da Noiva

Cachoeira Véu da Noiva

A queda d’agua é cercada por um paredão cheio de ninhos de araras, que podem presentear a sua visita com um belo voo.

Do estacionamento do parque até o mirante são cerca de 550 metros, em um percurso que dura cerca de 15 minutos (leve água) – entrada gratuita!

Na volta, chegamos na pousada e seguimos a dica do nosso guia: Fomos ao Mirante Morro dos Ventos para ver o por do sol. É cobrada uma taxa de R$20,00 por veículo para ter acesso à propriedade. O visual é fantástico e deu cada foto imperdível. No local tem um restaurante, que resolvemos conhecer. Achei bem caro, mas era muito bem servido e saboroso.

Mirante do Morro dos Ventos

Mirante do Morro dos Ventos

Mirante do Morro dos Ventos

Mirante do Morro dos Ventos

 Ainda havia a possibilidade de ver o por do sol no Mirante Alto do Céu, mas não conseguimos ir. Ele é o único mirante que proporciona uma a vista de toda baixada cuiabana. A entrada do lugar custa R$20,00 por carro. Mas vai ficar para uma próxima vez.  Também gostaríamos de ter feito o Circuito das Cavernas, com visitas bem diferentes à diversas cavernas e outras piscinas naturais. 

Se você vier à esta região com mais tempo livre, aproveite pra conhecer as cachoeiras e piscinas naturais de Nobres, que fica a 175 Km da Chapada, mas é lindo. E se tiver muito tempo sobrando, não perca a oportunidade de conhecer o Pantanal.