Cuiabá nunca esteve no nosso roteiro,
mas foi em uma viagem de trabalho, durante a pandemia (janeiro de 2021) que nos fez querer conhecer a natureza exuberante da região.
Cuiabá é uma cidade pequena e não tem
muito o que ver, mas já que vai se deslocar até lá, vale a pena dar um passeio
e conhecer os principais lugares turísticos da cidade. O fato curioso sobre
essa capital brasileira, é que ela fica exatamente no meio da América do Sul e
bem no ponto central da cidade há um monumento sobre o marco. Também é
importante saber que o fuso horário mato-grossense não acompanha Brasília,
ficando 1 hora atrás. É ainda a porta de entrada da Chapada Guimarães e do
Pantanal Mato-Grossense.
Como só tínhamos uma tarde
disponível para conhecer a cidade, foi uma divertida e produtiva maratona.
Vale iniciar com um passeio, e se
der, incluir o almoço no Mirante das Águas. É um visual bem diferente e
agradável com uma bela vista do Rio Cuiabá, que dá nome à cidade.
O restaurante é especializado em comida cuiabana e possui mais de 300 anos de
existência.
Seguimos então para o centro
Geodésico da América do Sul, que funciona como a identidade de Cuiabá, onde
vimos o obelisco de mármore, com seus 20 metros de altura. Este marco funciona
mais ou menos como o Cristo Redentor para o Rio de Janeiro e marca o centro da
América do Sul. Lá estão as distâncias para várias cidades brasileiras. Este
monumento fica em frente à Câmara de Vereadores da cidade e não é preciso
entrada ou reserva. É um local aberto. Portanto, se seu tempo estiver apertado,
ele pode ser visitado a qualquer hora do dia.
Não podíamos deixar de conhecer a
Arena Pantanal. Construída em 2014 para receber os jogos da Copa do Mundo,
passou a ser uma atração turística da cidade. É uma construção bonita e é
possível fazer a visita do local. Diferente de outras arenas da copa, essa se
destaca pelo seu formato retangular.
Ainda fizemos um breve passeio pela
orla ou novo porto de Cuiabá, onde existem alguns barzinhos, mas passamos muito
rapidamente.
Finalizamos nosso passeio em
Cuiabá com um jantar no restaurante Lélis, que tem rodízio da comida típica
cuiabana, incluindo os peixes como o Tambaqui, que são deliciosos, além de pratos com carne de jacaré.
Caso haja tempo livre, fica a dica
de conhecer o Museu do Morro da Caixa D’Agua Velha – foi transformado em uma
galeria em 2007 e conta um pouco da história de Cuiabá com uma exposição dentro
de uma Caixa D’Agua do reservatório de águas da cidade, fundado em 1882.
Outros pontos turísticos que a
gente não conseguiu visitar foram: Museu do rio e Aquário Municipal, centro
histórico com sua arquitetura colonial, Santuário de Nossa Senhora do Bom
Despacho, Parque Mãe Bonifácia, Casa do Artesão e o Parque da Águas (com show
noturno de águas).
O tempo foi curto, mas ficamos satisfeitos com nosso passeio. Claro que se tivéssemos mais tempo a gente tinha aproveitado bem mais. Mas era hora de dormir, pois iríamos cedinho para nossa aventura natureza na Chapada Guimarães.
Tínhamos todos os nosso passeio contratados com o Alberto, da Chapada Explorer, que foi muito atencioso e inclusive fez nossa reserva de hotel. Seguem os contatos dele: (65) 992288154 – fone e Whatsapp, no email: atendimento@chapadaexplorer.com.br e no site www.chapadaexplorer.com.br Inclusive no site dele, tem outras opções de passeios que não pudemos fazer por ter pouco tempo disponível.
No dia seguinte, seguimos de carro
alugado para a Chapada dos Guimarães. Um trajeto de 65km em uma estrada boa
pela BR 251, que durou cerca de 1 hora. Ficamos hospedados na Casa da Quineira.
Uma pousada novinha, inaugurada na Copa do Mundo, aconchegante e confortável. O
quarto e o banho precisavam ser maravilhosos, para que a gente se recuperasse
dos passeios “Natureza e Trilha” (que não é o meu forte!). Claro que vai ter
outras pousadas muito mais baratas, mas eu fiz questão de conforto. O café da
manhã é caprichado e tem um jantar (que
achei meio caro) feito por um chef cuiabano. A gente preferiu jantar nos
restaurantes da vila, na praça Dom Wunibaldo, que ficava a 10 minutos de
caminhada do hotel (750 metros).
Ah! Antes de falar dos passeios, é preciso falar da preparação para eles – compramos sapatos de trilha com fácil drenagem de água. Tênis ficam escorregadios e demoram a secar, ficando desconfortáveis para os pés e ficando com mau cheiro. Esses sapatos são vendidos em lojas especializadas em trilhas (compramos os nossos no mercado livre). Embora parecessem bem confortáveis, nos arrependemos de não levar meias para as trilhas. Pois, ao longo do dia, ficamos com calo nos pés... A empresa responsável pelos passeios fornecia as perneiras e não tivemos que comprar. O ideal é levar camiseta de manga longa, com proteção solar e roupas que sequem rapidamente. Não esquecer protetor solar, chapéu, garrafa de água e lanche!!!!
Saímos logo cedo de Cuiabá, pois já tínhamos passeio ao chegar na pousada. Nosso primeiro passeio foi o Circuito Águas do Cerrado. O circuito é feito na Fazenda Buriti, uma propriedade privada que oferece os passeios e só pode ser realizado com guia. A propriedade fica a 60 Km de Guimarães. O percurso inicia na sede da fazenda e tem a extensão de 8km visitando 8 cachoeiras. Fizemos o passeio com o Gleidyson (@Gleidyson.ribeiro), que se mostrou um guia muito experiente e cuidadoso. Compartilhou conosco seu vasto conhecimento sobre a fauna e flora local. Escolhemos o passeio privativo, pois não gostamos de passeios em grupo. Preferimos fazer tudo no nosso ritmo e ter um contato maior com a localidade.
Claro que o caminho era bem complicado e tivemos um perrengue logo no início. A ponte que dava acesso à trilha quebrou e o pneu do carro ficou preso. Ainda bem que outros carros que estavam fazendo o passeio, pararam para nos ajudar.
O circuito das águas é lindo, mas eu confesso que fiquei bem estressada com o fato de ter que usar perneiras. Pois significava que tinha cobras por lá... Eu tenho muito medo desse tipo de passeio por causa da fauna natural do lugar. Mas amei e iria de novo!
Nesse circuito conhecemos o Poço
do Amor, Cachoeira do Sossego, Cachoeira do Coração, Cachoeira Alma Gêmea,
Cachoeira da Pedra Furada ou Pedra Encantada, Cachoeira do Mistério e Cachoeira
das Orquídeas. O percurso pode variar de acordo com a estação e com o guia. Na
propriedade existem outras cachoeiras e dependendo da vazão das águas elas serão
incluídas ou não no passeio, para que não haja risco. Sentimos cheiro de
Almiscar, conhecemos uma planta típica da região chamada Olho de Pomba e vimos
o marmelo e a flor do Cerrado. A água é bem transparente e a primeira impressão é de que a água é bem fria, mas faz tanto calor que rapidamente nos acostumamos à temperatura da água e achamos tudo muito agradável,
O proprietário da fazenda chama-se Paulo. Ele explora a localidade desde 2016. No retorno do passeio, o almoço é servido na fazenda. Ficamos bem satisfeitos com a experiência.
Ao chegar na pousada após esse ia
incrível, ainda fomos dar uma voltinha no centrinho, pra poder conhecer um
pouco da cidade de Guimarães.
Começamos nosso passeio indo à Cidade
de Pedras. A beleza do lugar é realmente indescritível. São imensos paredões de
pedras que alcançam 350 metros de altura, com vários desníveis. As rochas foram
esculpidas pelo vento e chuva e formam um belíssimo cenário. A entrada nesse
paraíso só é permitida com um guia oficial habilitado. O local foi o cenário da
abertura da novela global “Fera Ferida”.
A Cidade de Pedras fica a cerca de
20 Km de Guimarães, pela MT 020, em uma
estrada bem difícil de arenito e areia fofa.
Neste passeio é comum ver bandos
de araras vermelhas que sobrevoam os paredões. O guia dá algum tempo para que
se possa ficar à vontade para andar nos canyons e tirar muitas fotos.
Nessa área do passeio também
aprendemos muito sobre o Aquífero Guarani – uma das maiores reservas subterrâneas
de água doce do mundo. A Cidade de Pedras é uma área de recarga desse aquífero.
Neste local, a água infiltra o solo e fica armazenada em meio as rochas do
antigo deserto.
Como toda região turística que se
preza, essas lendas são exploradas e paramos na estrada na Casa do Mel, para ir
ao banheiro e fazer um lanche antes de seguir para a próxima maravilha. E claro,
lá tem vários ETs para tirar foto!
Seguimos com nosso guia para a
próxima parada, que seria o Rio Claro e a Crista do Galo.
A Crista do Galo, primeira parada
do percurso, é um local de onde é
possível ver todo o paredão de arenito e fica no Vale do Rio Claro. A vista é
impressionante e o silêncio do lugar juntamente com a grandiosidade da natureza
nos proporciona uma sensação maravilhosa. A subida é íngreme, mas não é difícil e pode
ser feita em poucos minutos. Essa trilha proporciona visuais incríveis e poços
de água cristalina e agradável para banho.
Seguimos até o Poço das Antas, com
água super transparente e cheia de pequenos peixes. É uma espécie de piscina
natural. Aproveitamos para nos refrescar e comer nosso lanchinho (que nesse dia
tivemos que levar). Depois, seguimos para o Poço Verde, onde fizemos um percurso
de flutuação nas corredeiras naturais que durou cerca de 30 minutos. Confesso que
eu estava apavorada, mas que foi tudo maravilhoso! A flutuação termina em uma
outra piscina natural chamada de Poço Encantado, onde ficamos relaxando por um bom tempo
(depois que eu descobri que tinha sobrevivido – hahaha!).
Nesse dia eu fiquei ainda mais aflita, porque o guia falou que não precisava de perneiras, mas fiquei bem encucada. Pois afinal, as flora era idêntica, então as cobras também deveriam estar por lá, né?
Depois desse passeio incrível,
nosso guia nos levou ainda para ver o famoso cartão postal da Chapada dos
Guimarães – a Cachoeira Véu da Noiva. Formada por uma queda d’agua de 86 metros
do rio Coxipó, é o principal ponto de visitação do Parque Nacional. A cachoeira
pode ser vista através de um mirante do parque. Desde 2008 não é mais possível
entrar na água e tomar banho na cachoeira, pois houve um desmoronamento com
vítimas fatais naquela ocasião.
A queda d’agua é cercada por um paredão
cheio de ninhos de araras, que podem presentear a sua visita com um belo voo.
Do estacionamento do parque até o mirante
são cerca de 550 metros, em um percurso que dura cerca de 15 minutos (leve água) –
entrada gratuita!
Na volta, chegamos na pousada e seguimos a dica do nosso guia: Fomos ao Mirante Morro dos Ventos para ver o por do sol. É cobrada uma taxa de R$20,00 por veículo para ter acesso à propriedade. O visual é fantástico e deu cada foto imperdível. No local tem um restaurante, que resolvemos conhecer. Achei bem caro, mas era muito bem servido e saboroso.
Mirante do Morro dos Ventos
Mirante do Morro dos Ventos
Mirante do Morro dos Ventos
Mirante do Morro dos Ventos
Se você vier à esta região com mais tempo livre, aproveite pra conhecer as cachoeiras e piscinas naturais de Nobres, que fica a 175 Km da Chapada, mas é lindo. E se tiver muito tempo sobrando, não perca a oportunidade de conhecer o Pantanal.