E no nosso 6º dia de passeios pela Inglaterra, fizemos um bate e volta para Stonehenge, parando para conhecer Bath. Decidimos contratar o passeio com a com a Queen Elizabeth Turismo, com o Fernando Gracio (@queenelizabeth_turismo ou pelo zap +44 7704660314), que indico pra todo mundo.
Bath é uma cidade situada no sudoeste da Inglaterra, conhecida por suas fontes termais naturais e por sua arquitetura georgiana. Distante 1 hora e 30 minutos de Londres (156 Km), permite um confortável bate e volta, sem arrependimentos. A cidade é tão agradável que deveria fazer parte de qualquer roteiro de mais de 5 dias na Inglaterra.
Bath vem sendo povoada desde a idade do bronze, mas passou a ter destaque no mundo após a invasão romana. O Império Romano chegou à Bath enquanto ela era habitada pelos Bretões. Esse povo cultuava a deusa Sulis. E os romanos passaram a chamar a cidade de Aquae Sulis (ano 60 d.C), por causa de suas fontes termais. E então, os nobres romanos vinham com frequência para se banhar nas águas termais da cidade. E não há outra cidade com fontes termais na Inglaterra.
Foi aqui também que houve a batalha de Badon, onde o Rei Arthur, expulsou os romanos. A partir do século XVI, a cidade foi remodelada e para o formato atual.
Bath também foi o lar de Jane Austen, uma importante escritora, que descrevia os conflitos das relações de classe e gênero de uma maneira peculiar, que a fizeram uma escritora à frente do seu tempo. São obras de Jane Austen "Orgulho e Preconceito" e "Razão e Sensibilidade", dentre outras. Inclusive, desde 2014 existe o Centro Jane Austen com uma exposição permanente sobre a vida e obra da escritora.
Bath também é uma cidade universitária e que atrai muitos turistas, por isso é tão animada no verão.
Só o caminho até Bath já é lindo.
As termas romanas são a principal atração da cidade. Mas para chegar até lá fizemos uma caminhada pelo agradabilíssimo centro de Bath.
Aqui, as cabines telefônicas foram transformadas em jardins e compõem um ambiente super agradável.
E chegamos à entrada das termas de Bath
O primeiro santuário no local das fontes termais foi construído pelos Celtas, e foi dedicado à deusa Sulis, identificada pelos romanos como Minerva. Atualmente, o local não funciona mais com termas, porque as águas se tornaram impróprias para o banho, mas está aberto ao publico para visitação. Os horários e preços das visitas estão disponíveis no site oficial do Roman Baths. No final do passeio é possível inclusive provar as águas termais (eu particularmente achei o gosto horrível!!). Atualmente existem outros locais com águas termais em Bath, que permitem os banhos, como o Thermae Bath Spa.
Dentro das termas é possível visitar todo o local com sua impressionante arquitetura.
Depois de visitar as termas romanas, seguimos para a Abadia de São Pedro e São Paulo, mais conhecida como Abadia de Bath. É a igreja mais importante da cidade, localizada logo ao lado das termas. No século VII a igreja era um convento beneditino. Foi aqui que ocorreu a coroação do Rei Edgar, no século X. A igreja tem a forma de uma de cruz e tem capacidade para 1200 pessoas. Atualmente a igreja está passando por uma grande reforma. Dessa vez, eles querem aproveitar o calor que emana das águas termais para o aquecimento do local, gerando uma grande economia e passando a utilizar energia limpa para o aquecimento. Que lição de sustentabilidade!
A igreja fica exatamente ao lado da entrada das termas.
Construção vitoriana em Bath
E aqui são os belíssimos Parade Gardens de Bath. São jardins de 1 hectare de extensão, localizados às margens do Rio Avon. No verão o local fica cheio de gente e ocorrem muitas apresentações musicais.
Ponte sobre o Rio Avon
Essa ponte sobre o Rio Avon é a Pulteney Bridge. É uma ponte comercial de 45 metros de extensão, que funciona como a ponte Vecchio, em Florença. Há somente quatro pontes como essa no mundo, e a Pulteney Bridge é uma delas. Ela atravessa o Rio Avon e é repleta de lojas e restaurantes em toda sua extensão. A ponte foi construída no século XIII e foi o local de filmagem da nova versão de "Os Miseráveis", onde o personagem de Russel Crowe comete suicídio se jogando de uma ponte em direção ao canal.
Passeando sobre a Pulteney Bridge
E na Pulteney Bridge tem uma descida bem discreta até as margens do Rio Avon que permite chegar ao parque.
Na parte mais alta de Bath, conhecemos um lugar chamado The Circus. A construção tem esse nome porque seus prédios formam um círculo perfeito, com uma praça gramada em seu meio. Ele foi construído entre 1754 e 1768. Ele é composto por três edifícios de moradias de igual comprimento.
O mais famoso dos três importantes conjuntos arquitetônicos de Bath é o The Royal Crescent. Um prédio construído em elipse crescente, formando uma meia lua. Os 30 edifícios que compõem o lugar, eram utilizados como hospedagem para visitantes aristocratas que vinham curtir as águas termais de Bath. Hoje em dia, é possível visitar os apartamentos pagando uma taxa de 10 libras no local.
Depois de uma manhã encantadora, seguimos viagem bem satisfeitos, para o ponto alto do dia: Stonehenge!
Eu sempre quis conhecer Stonehenge. Pra mim esse lugar é mágico e emana uma energia surreal! Eu sempre gostei dessas histórias de druidas, magia e viagens no tempo, então vir até Londres exigia uma ida à Stonehenge.
Os responsáveis pelo monumento foram homens pre-históricos, do período neolítico. Alguns estudiosos dizem que o lugar funcionava como um centro de astronomia, capaz de prever eclipses e outros fenômenos celestiais; outros, enxergam as ruínas como vestígios de um grande templo religioso. E é provável que as duas teorias sejam complementares. Isso porque a construção foi feita em duas etapas com cerca de 2 mil anos de intervalo entre elas. O incrível é que existem momentos de perfeito alinhamento do sol com as pedras principais, reforçando a primeira teoria e grupos druidas, mantém tradições religiosas no lugar até hoje, reforçando a segunda teoria. Hoje é um dos pontos turísticos mais famosos do Reino Unido.
Chegamos lá no final do dia e quase não dava tempo para comprar os ingressos. Foi uma correria danada. E pense numa ventania! O maior frio que pegamos na viagem toda. O famoso círculo de pedras de 30 metros de diâmetro fica à 140 Km de Londres, na cidade de Salisbury.
Quando se chega a Stonehenge de carro, tem um grande estacionamento bem perto das bilheterias. Mas as pedras ficam ainda bem distantes. É preciso pegar um ônibus que nos leva até as pedras. Também é possível fazer o percurso a pé, mas é longe e frio (pelo menos no mês de janeiro).
Em 2013, foi construído um centro de visitantes e as visitas à Stonehenge deixaram de ser gratuitas. O centro de visitantes é uma estrutura bem moderna, que contrasta com a idade do local. Lá existe uma exposição permanente sobre Stonehenge, uma lojinha, banheiros e uma lanchonete.
Logo atrás do centro de visitantes, foram reconstruídas algumas casas do período neolítico, época da construção de Stonehenge (4500 anos atrás). As casas foram construídas com técnica e materiais autênticos, baseados em achados arqueológicos do local.
A gente desce do ônibus a alguns metros das pedras, que são isoladas por um cordão, impedindo que a gente se aproxime. O que foi uma grande frustração. Mas depois entendi que se todos os visitantes tocassem as pedras, elas sofreriam um enorme desgaste. Só é permitido tocar nas pedras no solstício de verão, e você pode imaginar como o local fica lotado para este evento.
Para quem não sabe, Stonehenge é um templo que começou a ser construído no ano 2.500 a.C., as pedras são alinhadas de acordo com os movimentos do sol. O principal eixo das pedras se alinha ao eixo do solstício - no dia mais logo do ano (solstício de verão) e no dia mais curto do ano (solstício de inverno).
Para saber os preços e horários das visitas à Stonehenge, é melhor consultar o site oficial, pois o monumento, que é Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO desde 1996, agora é administrado pela English Heritage.
E como essas pedras chegaram até lá? O círculo é formado por dois tipos de pedras. As pedras sarsen, que compõem o círculo externo e podem chegar a 44 toneladas; e as pedras azuis (bluestones), que compõem o círculo interno, e pesam cerca de 4 toneladas. As pedras sarsen são um tipo de arenito encontrado no sul da Inglaterra. As bluestones são alguns tipos de pedras comumente encontradas no Pais de Gales.
As pedras sarsen tiveram sua origem traçada até uma região que fica a 32 Km do círculo de pedras e foram provavelmente transportadas por geleiras. Já as bluestones teriam sido trazidas com uma espécie de trenó, pelos 250 km que separam Stonehenge do País de Gales.
Essa pedra fica próximo ao centro de visitantes e mostra a provável maneira como as pedras foram trazidas.
Achei o lugar fantástico. Fiquei realizada de fazer a visita. Claro que o passeio no verão ou mesmo na primavera talvez seja mais agradável, permitindo fazer as trilhas a pé e com bastante tempo para curtir a atmosfera do lugar. Mas valeu demais.
Vamos voltar à Londres com a gente?
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