domingo, 27 de setembro de 2020

FOZ DO IGUAÇU

 NOVEMBRO 2018

    Quando veio a ideia de viajar até Foz do Iguaçu, fiquei logo animada. Era a chance de ver de perto as cataratas e toda beleza natural do local. O município de Foz do Iguaçu fica no Paraná e é a principal base para visitação das cachoeiras. Mas lá tem também outras coisas pra fazer. Chegamos lá no domingo à noite e fomos embora na quarta a tarde. Tivemos 3 dias inteiros para aproveitar o local. O lugar tem um verão bem quente e um inverno ameno. Não acho que deve ser uma boa ideia visitar a cidade no auge do verão, pois fomos no mês de novembro e já achei bem quente. 

   Nosso voo partiu de Recife com escala na Rio de Janeiro pela GOL linhas aéreas. O voo de ida totalizou 9 horas e o de volta, 5 horas.  A cidade é pequena e a locomoção é fácil. Alugamos o carro na MOVIDA do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, que fica a apenas 14 Km do centro da cidade. Um detalhe importante para quem aluga carro e pretende ir à Argentina: é necessário pedir a Carta Verde - um seguro obrigatório para dirigir nos países do mercosul que cobre danos corporais e materiais causados à terceiros. Ele é indispensável para dirigir no Uruguai, Paraguai, Venezuela e Argentina. Ele é um seguro civil, não dispensa o seguro do carro em si. E pra complicar ainda mais, se o carro não estiver em seu nome (como é o caso do carro da locadora) é necessário um documento registrado em cartório e assinado pelo consulado do país que atesta que você tem autorização para dirigir o veículo. Era tão complicado que decidimos não ter esse documento, deixar o carro estacionado na fronteira (lado brasileiro) e atravessar de taxi!

    Ficamos hospedados no Mabu Interludium Iguassu Convention (Rua da Cosmoética, 1761). O hotel é bem acolhedor, com uma enorme área verde, amplo estacionamento e restaurante de boa qualidade. Mas, um pouco afastado do centro, o que pode ser uma vantagem quando se está de carro.  O legal era que ficava mais perto das cataratas. E de carro, consegue-se chegar rapidamente.

    Dica importante: cuidado com o uso do celular! Como Foz fica muito perto do Paraguai e da Argentina, muitas vezes o celular entra em Roaming internacional e usa a antena de dados de outro país. Isso pode deixar você incomunicável ou te dar aquele susto quando a conta chegar!

    Para quem dispõe de 3 dias inteiros na cidade é possível visitar com calma todas as principais atrações: cataratas lado brasileiro e argentino, parque das aves, Itaipu binacional, marco das 3 fronteiras e o templo budista. Se a disponibilidade de tempo é maior, já dá pra acrescentar mais coisas, como as compras no Paraguai e as visitas às missões paraguaia e argentina. Confesso que ficamos bem satisfeitos com nossos 3 dias inteiros e bem vividos na cidade. 

Roteiro:
dia 1 - Parque das aves, Cataratas do Iguaçu (lado brasileiro) e marco das 3 fronteiras
dia 2 - Itaipu Binacional , Templo Budista Chen Tien e noite italiana
dia 3 - Cataratas do Iguazu (lado argentino), free shop, jantar na Argentina

    E ai? Prontos pra conhecer Foz do Iguaçu conosco?


Vista aérea da área do Rio Iguaçu e das cataratas


Esse era a entrada do nosso hotel

área de lazer do hotel

recepção do hotel
    
    Após 9 horas de viagem, chegamos à cidade de Foz do Iguaçu. Após check in no hotel, preferimos descansar um pouco e comer no restaurante do próprio hotel, que não nos decepcionou, para poder aproveitar o dia seguinte. Na recepção do hotel havia um stand da loumar turismo - a agência mais conhecida de Foz - e recebemos várias orientações e opções em relação aos passeios disponíveis. 


Dia 1- Foz do Iguaçu

    Começamos o dia no Parque das Aves. Ele fica quase em frente a entrada das cataratas e decidimos começar por ele para ficar mais livres nas cataratas. O Parque das Aves é a única instituição focada em preservar as aves da mata atlântica. O passeio é fácil e encantador. O contato com as aves é muito próximo e chegamos a entrar em vários locais onde elas estão soltas (são ao todo 5 viveiros de imersão). Compramos os ingressos na bilheteria do local, sem grandes filas. O ingresso custa R$60,00 e dá direito à visita livre de todas as áreas do parque. Reserve uma boa hora para o passeio, mas dependendo do seu nível de interesse e disponibilidade de tempo, o passeio pode durar facilmente uma manhã inteira. Não esqueça de levar sua garrafa de água!
    O parque mantém 16 hectares de mata atlântica e mais de 1300 aves de 130 espécies diferentes. Cerca de 50% das aves do parque são provenientes de apreensões. O parque foi iniciado em 1993 pela veterinária alemã Anne Sophie e seu marido, Dennis Croukamp e logo após receberam as primeiras doações e empréstimos de zoológicos e apreensões. Onze meses após o início dos trabalhos, o parque foi inaugurado, em novembro de 1994. Toda renda obtida com o dinheiro da venda dos ingressos, restaurante e lojas do local, é revertida para a conservação do parque e treinamento de pessoal. O local é fantástico e vale a visita. 



Entrada do Parque das Aves











Neste viveiro estão cerca de 100 araras, com um barulho quase ensurdecedor



O borboletário também é fantástico!









    As Cataratas do Iguaçu são uma das 7 maravilhas mundiais da natureza. Elas são um conjunto de 275 quedas d´água do Rio Iguaçu, entre o parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, e o Parque Nacional Iguazu, em Misiones, na Argentina, que podem chegar a 80 metros de altura. 
    As cataratas brasileiras são muito fáceis de visitar. As melhores fotos serão tiradas aqui, olhando para o lado argentino. Mas o circuito panorâmico é relativamente mais curto que o argentino e por isso, o passeio não é tão longo. Mesmo indo devagar, você não leva mais de 2 horas para completar o passeio. Dentro do parque tem um hotel de luxo belíssimo, que é o Belmond Hotel das Cataratas, um 5 estrelas com vista privilegiada da principal atração da cidade. 
    Os ingressos para visitar o parque custam R$43,00 e podem ser adquiridos pela internet, nas bilheterias tradicionais ou nos caixas automáticos na entrada do parque. Dentro do parque, o deslocamento é feito em um ônibus panorâmico que pode deixar você na trilha escolhida. Esse ônibus permite que você suba e desça em qualquer dos pontos. 
    Escolhemos fazer a trilha das cataratas, com 1,2 Km de extensão, bem sinalizada e repleta de passarelas que margeiam o rio Iguaçu. O caminho é fácil e seguro. Permite uma linda vista do lado argentino das cataratas. 
    Ainda há opção de fazer o macuco safari, que deve ser pago a parte e consiste em uma aventura e tanto no rio Iguaçu, passando pela cachoeira conhecida como Salto do Macuco. Prepare-se para ficar ensopado, se optar por esse passeio. Os ingressos podem ser adquiridos no local, mas aconselha-se adquiri-los com antecedência pela internet. O ingresso custa R$240,00 por adulto e confesso que além de achar caro, faltou coragem pra fazer!
    Existe ainda uma outra trilha no parque - a do Poço Preto. Com 9 Km de extensão, pode ser percorrida a pé, de bicicleta ou de jeep. Pra quem curte uma aventura, esse é o passeio. Mas precisa ser contratado à parte. 
    


Essa é a primeira visão que temos das cataratas, ao descer do ônibus panorâmico

Olha o barquinho do Macuco Safari na imensidão do Rio Iguaçu



O lugar é simplesmente lindo

de tirar o fôlego


E eu não cansava de tirar fotos

As quedas são belíssimas



A natureza prova sua superioridade.

as passarelas da trilha das cataratas


E conseguimos chegar bem perto das quedas

O passeio é divino e permite um contato indescritível com a natureza

A grandiosidade das cataratas do Iguaçu

O barulho das águas é bem alto

Tem como não ficar feliz?

Mais um sonho realizado



A felicidade de quem está realizando um sonho na melhor companhia

Os habitantes naturais da região apareceram para nos cumprimentar

    A trilha das cataratas termina no restaurante Porto Canoas, com seu terraço panorâmico aberto sobre o rio. Aproveitamos para almoçar, desfrutando dessa maravilhosa vista das cataratas. 


    Depois de visitar as cataratas, retornamos para descansar um pouco no nosso hotel e nos preparar para mais um passeio neste dia. 

    É em Foz que existe a tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. Já imaginou você estar em um país e conseguir ver outros 2 países? Isso é possível em Foz do Iguaçu! O marco das 3 fronteiras é um obelisco que marca o lugar onde os 3 países se encontram. 
    O obelisco brasileiro que está na fronteira foi inaugurado em 1903, juntamente com o obelisco argentino, para celebrar a paz entre as duas nações. O obelisco paraguaio só foi erguido em 1961. O lado brasileiro da tríplice fronteira foi totalmente revitalizado em 2016, e tornou-se uma das atrações turísticas da cidade. 
    Atualmente o marco brasileiro (que foi o que conhecemos) oferece espetáculos de dança, apresentações sobre a cultura e história locais, tem uma área legal de alimentação e permite fotos belíssimas do por do sol! Logo na entrada, o centro de visitantes abriga uma sala de vídeo, o museu, a bilheteria, a loja de souvenirs e o centro de informações turísticas; Na sala de projeções, é exibido um vídeo de 5 minutos sobre a história da descoberta das cataratas por Alvar Nuñez Cabeza de Vaca em 1942, guiado pelos índios Guaranis.  
    As construções do complexo fazem parte de uma Vila Cenográfica das Missões Jesuíticas do Marco das Três Fronteiras, uma reconstrução do local onde viviam os índios e  e os padres jesuítas  nos séculos XVI e XVII. 
    No pátio dá pra ver diversas grafitagens legais sobre os três países e um mirante. No mirante tem a placa dos 3 países e dá pra ver o encontro dos rios Paraná e Iguaçu. De lá também é possível enxergar o obelisco argentino e o paraguaio. O obelisco brasileiro é pintado nas cores da bandeira do Brasil e fica dentro de uma fonte com iluminação especial. 
    As apresentações culturais acontecem de terça a domingo às 19:30h. Os shows tem início com uma dança chamada Minueto, em seguida vem a homenagem à cultura do Brasil, Paraguai e Argentina e finaliza com a Lenda das Cataratas. 
    O ingresso para conhecer o local custa R$28,50 por adulto, mas a visita é bem interessante e não nos arrependemos. O estacionamento é grátis mas só funciona a partir das 14h. Gostamos muito do passeio e acho que vale inclui-lo no roteiro.    




por do sol no Marco das 3 Fronteiras


pátio do Marco das 3 Fronteiras

Pátio da Missão Jesuíta cenográfica

Obelisco brasileiro no Marco das 3 Fronteiras

Pátio do Marco das 3 Fronteiras



E olha a placa indicando os 3 países

Obelisco do Marco das 3 Fronteiras




Marco das 3 Fronteiras - estátua em homenagem aos índios Guaranis


Marco das 3 Fronteiras


Dia 2 - Foz do Iguaçu

    Para visitar Itaipu, nós optamos por ir por conta própria de carro e comprar o ingresso na bilheteria do local. É possível visitar Itaipu de 2 formas: como turista ou através de uma visita institucional, reservada à instituições de ensino e pesquisa, autoridades e chefes de Estado. Existem diversos passeios para visitar Itaipu como turista e o melhor a fazer é visitar o site da hidrelétrica para escolher o passeio que mais agrada. No site da Itaipu Binacional as visitas estão detalhadas e fica fácil de escolher.  Nós escolhemos a Itaipu Panorâmica circuito especial, cujo ingresso custou R$ 82,00 por adulto. O complexo turístico da Usina Binacional de Itaipu fica à 12 Km de Foz do Iguaçu e é fácil chegar lá. Quem vai de carro deve estacionar próximo ao Centro de Recepção dos Visitantes, pagando uma pequena taxa. Atenção - é necessário sapato fechado para fazer a visita!
    A hidrelétrica de Itaipu é uma enorme barragem que fica entre o Brasil e o Paraguai, no Paraná. Ela mudou a história de Foz do Iguaçu e está na lista das maravilhas da engenharia moderna. O nome Itaipu vem do guarani e quer dizer "pedra que canta", em referência a uma pequena ilha que existia ali e que foi submersa pela barragem.
    A usina hidrelétrica foi construída entre 1975 e 1982 e trouxe um incremento para a população da cidade e um grande impulso na economia local. Ela é compartilhada entre Brasil e Paraguai e é líder mundial em produção de energia limpa e renovável. 
    Toda construção de uma hidrelétrica traz muitos transtornos e mudanças para o ecossistema. Essa não poderia ser diferente. Houve a mudança do curso do Rio Paraná, e com isso a mudança na geografia local. Em 13 de outubro de 1982, o fechamento das comportas do canal de desvio de Itaipu começou a sepultar com as águas do lago artificial, um dos maiores espetáculos da Terra: as Sete Quedas do Rio Paraná ou "Saltos del Guaíra". Sete Quedas era considerada a maior cachoeira do mundo em volume de água. O processo de  inundação das Sete Quedas durou apenas 14 dias para chegar aos 196 metros de profundidade e 1.350 Km² e cobrir até as copas das árvores que rodeavam Sete Quedas. Mas, para compensar a perda dessa maravilha, somos detentores do título de maior usina do mundo em produção de energia. Embora a usina Três Gargantas, na China seja maior em infraestrutura, Itaipu segue batendo os recordes de produção. 
    Além disso, a construção dessa usina envolveu muita diplomacia. Brasil e Paraguai disputavam Sete Quedas desde o século XVIII e essa disputa foi intensificada com a Guerra do Paraguai. A negociação iniciou em 1960 e só foi concluída em 1974, com a assinatura do acordo de Itaipu Binacional. O acordo botava fim na disputa por Sete Quedas, uma vez que elas seriam inundadas e desapareceriam. 
    Mas vamos à visita!
    Depois de comprar os ingressos, passamos pelo controle de segurança e ficamos numa salinha onde um funcionário vem contar um pouco a histórica construção da usina e nos leva a uma sala de projeção, onde assistimos um pequeno filme institucional que dura cerca de 10 minutos. Em seguida, pegamos o ônibus turístico de Itaipu, acompanhados por um guia que nos acompanha por toda a visita. A visita panorâmica tem algumas paradas: No mirante da Barragem de Enrocamento, de onde vemos o famoso letreiro de Itaipu; o Mirante Central, que permite uma bela vista da usina e tem uma lanchonete e a escultura do homem de aço;  seguimos pelo Mirante do Vertedouro; e a última parada no Porto Kattamaram, onde há um restaurante sobre o deck e de onde partem alguns outros passeios de barco pela barragem. Como fizemos a visita completa, também tivemos a oportunidade de conhecer a usina por dentro e entender todo o seu funcionamento. Os ônibus partem de um pequeno terminal rodoviário interno.

bilheteria de ITAIPU

Sala de recepção do Centro de Visitantes de Itaipu Binacional


Itaipu Binacional

Início da visita técnica de Itaipu Binacional

Visita técnica de Itaipu Binacional

Visita técnica de Itaipu Binacional


centro de controle da Itaipu Binacional- metade fica no Brasil e metade no Paraguai

Um pé em cada país - fronteira Brasil/Paraguai

Itaipu Binacional

Itaipu Binacional

Itaipu Binacional - galeria de geradores

Eixo de uma das turbinas de Itaipu Binacional

Vertedouro de Itaipu Binacional

Vertedouro e Itaipu Binacional

Olha o famoso letreiro de Itaipu Binacional

O vertedouro - pena que as comportas estavam fechadas!

Essa é a estátua do barrageiro homem de aço - é uma homenagem simbólica aos mais de 40 mil trabalhadores que participaram da construção de Itaipu Binacional


Vista da barragem de Itaipu Binacional

Cais do porto Kattamaram

Parada final no Porto Kattamaram

    Esse passeio que fizemos foi bem completo  e durou cerca de 2 horas e meia. Adoramos conhecer todos os detalhes do funcionamento dessa maravilha da engenharia. Acho que deve fazer parte do roteiro de Foz do Iguaçu. Inclusive existem outros passeios em Itaipu Binacional que incluem o museu Guarani, o parque ecológico e a visita panorâmica à noite, com tudo iluminado. Todos devem ser magníficos. 

    Uma curiosidade sobre Itaipu é que como o projeto envolve os 2 países (Brasil e Paraguai), a usina fornece 50% da geração de energia para cada país, e isso representa mais de 80% de toda a energia necessária para o funcionamento do Paraguai. Por isso, o Paraguai muitas vezes vende energia excedente para o Brasil. 

    Depois dessa manhã incrível, fomos visitar o templo budista Chen Tien. Pasmem, Foz tem um super templo budista, que é considerado o segundo maior da América Latina! E eu não tinha ideia de como era um templo budista e então fomos lá pra conhecer. O lugar tem uma energia diferente e uma tranquilidade indescritível. O lugar é meio afastado do centro da cidade, mas foi fácil de chegar com o waze. O centro se localiza no Jardim Califórnia, ao norte de Foz. O estacionamento fica na frente do centro budista e a entrada é gratuita.
    O centro foi construído pela comunidade chinesa que vive nos arredores em 1996  e tem um vasto jardim com várias estátuas e uma lojinha de souvenirs bem simples. Ele é mantido por comunidades budistas internacionais. 
    Ficamos por lá por cerca de uma hora. E deu pra passear tranquilamente nos jardins de 2,5 mil metros quadrados e tirar muitas fotos! O detalhe é que as fotos só podem ser feitas nas áreas externas do templo. A área interna é como um museu (desculpem a ignorância de alguém que não conhece nada da religião budista) cheio de estátuas que representam as crenças budistas. Senti falta de um tour guiado, mas acho que o intuito do lugar não é atrair turistas, mas meditação, né? Tudo que obtive de informação sobre o centro budista foi resultado de pesquisas posteriores à minha visita. 
    Descobri que o budismo tem o foco na iluminação buscada por todos os seres humanos e um buda é um ser que atingiu a iluminação! Abaixo do buda estão os bodisatvas (Boddhdisattva), que são pessoas em busca da iluminação.
    Como Foz é bem quente, lembre de levar água e usar protetor solar. Esse dia estava bem quente e sofremos um pouco com o clima. 

Entrada do Centro Budista Chen Tien


Logo na entrada tem essa enorme estátua amarela e simpática do Buda Maitreya olhando para o sul, para dar boas vindas aos visitantes. É também chamado de o Mi La Pu-San, o famoso Buda Sentado ou o Buda do Futuro, cuja vinda é esperada. 

No pátio principal estão várias estátuas amarelas em sequência - são as 108 Amitabhas ou Amituofo (e esse é o número de vezes que devemos recitar seu nome para obter a sua benção). A Amitabhas é um dos cinco Budas da meditação (e eu achava que Buda era um só), e sua imagem faz 2 gestos com as mãos: o da direita representa sabedoria e iluminação, e o da mão esquerda representa generosidade. Cada uma das estátuas foi doada ao templo por um budista que teve méritos alcançados. Segundo os mestres budistas o número de estátuas nesse pátio faz alusão ao número de pecados e falhas humanas que precisam ser superadas para se atingir o Nirvana. 




Eu amei essa plaquinha! E acho que devemos repetir o mantra NAMO AMITUOFO sempre. 

Essa é a representação do do fundador do budismo, Siddhartha Gautama, o iluminado. Essa estátua foi importada da China em 2014 possui 10 metros de altura e é a maior representação do Buda da América do Sul. Esse é o buda de mais alta hierarquia.

O templo Chen Tien possui 2 andares. No primeiro andar tem um grande salão com várias estátuas dos Arahants (pessoas que atingiram um estado de iluminação tão grande que não precisam mais reencarnar). No segundo andar fica o salão das cerimônias, que acontecem aos domingos. Para participar das cerimônias é preciso fazer inscrição. 


Em frente ao templo fica a imagem de Parinirvana de Buddha Shakyamuni, que significa o estado de libertação do corpo físico. Ele é um príncipe indiano que abriu mão de toda sua riqueza em busca de iluminação. No budismo, a postura deitada significa paz de espírito após a ascenção, que é conhecido como Nirvana. 

Essa é a representação de Kwan Yin, uma Boddhdisattva. Sua qualidade é a compaixão.
Espalhados no pátio, você verá várias estátuas de leões. São os leões protetores, que com sua força e ferocidade espantam as más energias. 

O budismo também teve duas crianças iluminadas. A menina Long Nü e o menino Shan Cai Tong Zi (esse da foto). O menino teve 53 mestres em sua infância. Considerando que cada discípulo necessita de algumas décadas com seu mestre, pode-se imaginar a sabedoria desse menino. 


Do jardim do Templo avistamos o Paraguai

Ao redor, e protegendo o Buda sorridente,  estão os quatro Reis Celestiais, cada um protegendo uma direção e representando um dos pontos cardeais.  Cada Rei Celestial com seu instrumento protege o ambiente de energias específicas. Esse é o Rei Virudhaka, que protege a direção sul. Em suas mãos ele tem uma espada afiada usada para cortar a ignorância. Protegendo a direção norte está o Rei Vaisravana que segura um guarda chuva com o qual afugenta a ignorância que parece chover sobre a Terra. 

Boddhdisattva Manjushri: representa a sabedoria de todos os Budas


Essa é a loja de souvenirs - simples, mas com funcionários solícitos. 


E terminamos o nosso passeio das descobertas budistas com a imagem da beleza e simplicidade oferecida pela natureza. A visita ao Templo Budista Chen Tien deve fazer parte dos roteiros de visita à Foz do Iguaçu. Foi mais um lugar surpreendente nesta cidade. 



    E como ninguém é de ferro, com as energias espirituais renovadas, ainda sobrou um tempinho pra fazer umas comprinhas no shopping Palladium. 



    E no stand do nosso hotel, compramos com a Loumar turismo, um passeio chamado Noite Italiana, com transfer de ida e volta. A noite italiana não é apenas um jantar. Ela inclui apresentação de danças da cultura italiana e a degustação de uma deliciosa mesa de frios, massas diferentes e vinho. A noite acontece no Hotel Bella Itália, bem no centro da cidade, de terça à sábado das 19 às 23 horas. 
    O lugar é todo decorado como uma cantina italiana e tem música ao vivo a noite toda. O problema é que a gente termina comendo mais do que pode, porque tudo é uma delícia. E ainda tem que sobrar espaço para as sobremesas. 



Noite perfeita no Hotel Bella Itália. 


Dia 3 - Foz do Iguaçu

    E esse seria nosso último dia de passeios em Foz. Então era o dia de aproveitar com intensidade. A gente queria ir até o lado argentino das cataratas, mas como fazer?
    Fomos de carro até a fronteira entre a Argentina e o Brasil e deixamos o carro estacionado no free shop (desculpa pra parar por lá  na volta.), pegamos um taxi que nos levou até as cataratas argentinas e combinamos com o motorista que ele nos buscaria no mesmo lugar que nos deixou quando a gente mandasse mensagem pra ele. Funcionou super bem! Não pode esquecer de levar o passaporte ou carteira de identidade, lembre que você vai atravessar a fronteira do Brasil! E não vale levar a carteira de motorista ou outro documento de identificação. A imigração é tranquila, mas as regras precisam ser respeitadas. A dica é ir logo cedo, pois a fila de carros para cruzar a fronteira pode atrasar bastante o passeio, e quanto mais cedo, menor a fila. 
    O lado argentino das cataratas é mais selvagem, o acesso é mais difícil, não aceitam Reais e nem cartão de crédito na bilheteria. Temos que estar munidos de Pesos argentinos para comprar o ingresso (lembre de trocar seu dinheiro ainda em Foz). Os cartões de crédito são aceitos nas lanchonetes do parque. No entanto, a experiência é surreal! A beleza selvagem e o contato com a natureza são tão exuberantes que a gente fica em êxtase. Não esqueça de ir com sapato tênis confortável, leve água e protetor solar!
    Cerca de dois terços das cataratas do Iguaçu ficam no lado argentino, na província de Misiones, a 18 Km da cidade de Puerto Iguazu. Aqui eu descobri que as cataratas do Iguaçu se formaram como resultado de uma erupção vulcânica e que elas aparecem em vários filmes - A missão, Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, Mr Magoo, Miami Vice e outros. 
    Depois de comprar os ingressos para entrar no parque Nacional de Iguazu, partimos para nossa exploração. O passeio não é tão bem sinalizado como no lado brasileiro. Mas as passarelas que passam por cima das quedas d'água oferecem um contato com a natureza bem diferente do que vivemos nas cataratas do lado brasileiro. 
    O parque oferece 3 trilhas diferentes: o circuito inferior, o circuito superior e a trilha da Garganta do Diabo. Nós fizemos as 3 trilhas no mesmo dia e as 3 têm o mesmo nível de dificuldade. Antes de iniciar as trilhas, nós fizemos uma parada no centro de visitantes para pegar um mapa e entender as trilhas. Recebemos uma explicação paciente e detalhada de uma funcionária do parque. Para ter acesso às trilhas é preciso pegar um trenzinho incluído no ingresso do parque. No início de cada trilha tem uma área organizada com banheiros e lanchonetes. E próximo ao centro de visitantes tem uma área maior de alimentação. 
    Ah! Cuidado com os quatis!!! eles estão por todos os lados e se der bobeira, eles roubam seu lanche! O parque pede para não alimentar os animais locais! Eles andam em bandos e podem mesmo morder pra conseguir alguma comida. Não precisa ter medo deles, apenas ter atenção e não deixar a comida dando bobeira.
    A trilha mais famosa do parque é a Trilha da Garganta do Diabo e por isso deixamos o melhor para o final! Iniciamos pelo circuito inferior, passamos para o superior e por último o Grand Finale: La Garganta del Diablo, seguindo as orientações da funcionária do parque. . 
    O circuito inferior tem 1,4 Km de extensão, é bem fácil de fazer e passa por cada salto lindo! O circuito superior tem 1,7 Km de extensão e permite uma visão diferente dos saltos. Vamos vê-los de cima para baixo e a visão é de tirar o fôlego. Tem horas que chegamos tão perto das quedas que ficamos molhados! Ao terminar o circuito, você estará exatamente na Estação Cataratas, onde se pega o trem para o início da Trilha da Garganta do Diabo. Esta terceira trilha tem 2,2 Km de extensão (ida e volta) e levará você a mais bela visão de uma catarata de toda sua vida! 

Entrada do Parque Nacional Iguazú


Centro de Visitantes Yvyrá Retá 

Mapa do Paque Nacional Iguazú com as trilhas


Sendero Verde

    O Sendero Verde é uma trilha praticamente obrigatória, com 650 metros de extensão,  toda calçada e com bastante sombra, pois passa dentro da mata. Essa trilha liga o centro de visitantes à Estação Cataratas.  Lá é possível pegar o trenzinho para a trilha da Garganta do Diabo ou caminhar até os circuitos inferior ou superior. Eu indico iniciar pelo circuito inferior, que mostra a visão de baixo para cima das quedas d'água, depois o superior e terminar no ápice do passeio com a Garganta do Diabo. 

O macuco safari do lado argentino também é mais radical

circuito inferior das cataratas de Igazú

Vista do circuito superior das Cataratas do Iguazú

Parque Nacional do Iguazú

Parque Nacional Iguazú

Parque Nacional Iguazú

Parque Nacional Iguazú


Parque Nacional Iguazú

Parque Nacional Iguazú

Parque Nacional Iguazú

Parque Nacional Iguazú


Parque Nacional Iguazú

Parque Nacional Iguazú

Parque Nacional Iguazú

Parque Nacional Iguazú


Parque Nacional Iguazú

Parque Nacional Iguazú - circuito superior

Parque Nacional Iguazú

Parque Nacional Iguazú circuito superior

Parque Nacional Iguazú

Parque Nacional Iguazú - circuito superior

Parque Nacional Iguazú

Parque Nacional Iguazú

Parque Nacional Iguazú - trilha Garganta do Diabo

Parque Nacional Iguazú

Parque Nacional Iguazú

Parque Nacional Iguazú - trilha Garganta do Diabo

Parque Nacional Iguazú - trilha Garganta do Diabo

Parque Nacional Iguazú - trilha Garganta do Diabo

Garganta do Diabo

Grande parte das águas da catarata caem na Garganta do Diabo, um grande abismo de 82 metros de altura, 150 metros de largura e 700 metros de comprimento. A Garganta do Diabo é o ponto alto da visita e por isso deve ser a última trilha do passeio.  Tudo que vimos antes, meio que perdeu um pouco a graça depois de ver essa maravilha da natureza.

Garganta do Diabo

Garganta do Diabo


Garganta do Diabo



Um quati in natura

mais quati

um bando de quatis procurando comida

quati em busca de comida


Esse é o trenzinho que nos leva da Estação Cataratas à Estação Garganta do Diabo. Embora muitos digam que é difícil de usar, nós não tivemos nenhum problema. O acesso é fácil, a sinalização é boa e tem lugares para todos!
    
    Também descobri que o parque Nacional Iguazú oferece um passeio noturno nas noites de lua cheia, com aproximadamente 2 horas de duração.  O passeio inclui o transporte até a Estação Garganta do Diabo e o percurso na trilha, mas as reservas devem ser feitas com antecedência no site do parque. 

    Amamos conhecer os dois lados das cataratas do Iguaçu e acho que escolhemos a ordem correta para conhecê-las. Não é que o lado brasileiro não oferece uma vista bonita, mas a exuberância do lado argentino é algo indescritível. No entanto, o lado brasileiro é mais organizado e oferece uma estrutura melhor. Se você só tiver a oportunidade de conhecer um dos lados, eu indicaria o lado argentino! Mas sendo possível,  fazer os dois passeios é o ideal. Afinal, os dois lados das cataratas são complementares!
    
    Depois de uma dia maravilhoso nas cataratas lado argentino, voltamos ao Brasil e paramos no Duty Free Puerto Iguazú. O Duty Free já é na Argentina, mas a parte de imigração e aduana fica logo depois dele. Por isso, podemos deixar o carro lá sem precisar da famosa Carta Verde. Ele está localizado bem perto da Ponte Tancredo Neves (ou Ponte Internacional da Fraternidade). Para fazer compras é necessário passaporte ou Carteira de Identidade e o limite de compras é de 300 dólares por pessoa, para cruzar a fronteira por via terrestre. Acima disso, paga-se imposto de importação. 
    O Duty Free é enorme e com estacionamento grátis! São 10.000 metros quadrados climatizados e divididos por áreas - roupas, eletrônicos, chocolates, bebidas, perfumes, maquiagem, brinquedos, etc. Achei tudo meio caro, mas bebidas e chocolates tem preço bom.  O setor de perfumaria é bem disputado. Não é permitido entrar com mochilas ou bolsas. Logo na entrada existe um guarda volumes disponível. O pagamento pode ser feito com Reais, Dólares ou Pesos Argentinos em espécies ou cartão de débito ou crédito (lembrar de ativar o cartão para compras internacionais). Guarde os cupons fiscais de tudo o que comprar, pois eles podem ser pedidos no posto fiscal do Aeroporto de Foz do Iguaçu, na hora da partida. Caso tenha comprado mais de 300 dólares, faça a declaração no app da Receita Federal e pague o imposto devido (50% do excedente) antes da inspeção. 
    É importante prestar atenção nesses detalhes, por que imaginamos que ao sair dali já estamos livres de qualquer fiscalização e na verdade não estamos. Por isso: Fique esperto!

Duty Free Puerto Iguazú

Duty Free Puerto Iguazú

Duty Free Puerto Iguazú


    E nossa última noite na região, decidimos voltar à Puerto Iguazú e fomos jantar uma carne argentina no restaurante El Quincho del Tío Querido. 
    Mais uma vez fomos de carro até a fronteira e atravessamos de taxi, com o mesmo motorista que nos levou  para as cataratas do Iguazú. 
    O restaurante serve a autêntica parrilla argentina e traz apresentações de Tango e música ao vivo. A decoração é rústica e o ambiente é aconchegante, com capacidade para 400 pessoas. A melhor pedida é o clássico bife de chorizo servido numa chapa quente. 
    O restaurante aceita pagamento em Reais, Pesos Argentinos e Dólares e também aceita cartões. Para mais detalhes sobre o cardápio e horários sugiro dar uma olhada no site do restaurante antes de ir. 



    
    Na volta para o Brasil, depois do jantar, a fila de carros na fronteira estava enorme e o taxista nos falou que se a gente quisesse, podia atravessar a fronteira a pé! E foi o que fizemos. Uma experiência divertida e esquisita! Apesar de tranquilo, como não é uma coisa muito comum por lá, tivemos que procurar um agente da fronteira para fazer nossa imigração e me senti por alguns minutos naqueles programas de "barrados na fronteira"! (HAHAHAHA!). 

    Essa viagem pra Foz do Iguaçu foi bem surpreendente e superou todas as minhas expectativas. Eu sabia que as cataratas eram lindas, mas não sabia o quanto. E fiquei impressionada com a quantidade de coisas pra fazer na cidade. Voltaria fácil em outro passeio aqui. 



Nenhum comentário:

Postar um comentário