terça-feira, 7 de julho de 2020

01 DIA EM SINTRA E SUA REGIÃO

JANEIRO 2020 -
    
    Esse post é parte do nosso roteiro de 5 dias em Lisboa e seus arredores. Era nosso terceiro dia em Lisboa e resolvemos fazer um bate e volta maravilhoso na região de Sintra. 

 
 


    O nosso dia hoje seria curto para tanto que tínhamos programado pra passear. Logo cedo, nosso guia da @brasileirostours (Brasileiros tours) veio nos buscar e nosso grupo seguiu em direção à Sintra, mas com algumas paradas programadas.  Nosso grupo ficou extremamente satisfeito com o serviço oferecido por eles. Fizemos contato do Brasil e já deixamos tudo acertadinho. 
    Claro que é possível vir à esta região de carro alugado, de trem (comboio) ou mesmo de ônibus (autocarros). Se você tiver um Lisboa card válido, a passagem de autocarro já está válida. É só mostrar o cartão ao motorista.
    Nossa primeira parada foi em Queluz. Distante apenas 14 Km, é uma pequena cidade portuguesa que já faz parte de Sintra, e é considerada área metropolitana de Lisboa. Paramos lá para visitar o Palácio Nacional de Queluz, do séc XVIII. O palácio foi construído como um recanto de verão para D. Pedro de Bragança, que viria a ser rei consorte, casado com D Maria I, de Portugal. Serviu ainda de lugar de encarceramento para D. Maria I, quando esta se tornou louca. Após o incêndio que atingiu o Palácio da Ajuda, em 1794, Queluz passou a ser a residência oficial do príncipe regente português, o futuro D. João VI e sua família. E assim permaneceu até a fuga da família real para o Brasil, em 1807, na ocasião da invasão de Portugal pela França. A partir de 1826, o palácio foi deixando de ser o preferido pelos soberanos portugueses e em 1908, tornou-se propriedade do Estado. Em 1910, ocorreu a proclamação da República e o palácio tornou-se Monumento Nacional. Foi destruído por um enorme incêndio em 1934 e depois disso foi restaurado e aberto à visitação de turistas em 2012. Aqui nasceu e morreu D. Pedro IV, Rei de Portugal e Imperador do Brasil. Atualmente uma ala do palácio é reservada para acolher chefes de Estado, que ali ficam hospedados, durante visitas oficiais à Lisboa. 
    A entrada do palácio custa 10 e inclui os jardins. O ingresso apenas para visitar os jardins, custa metade do preço. Como nossa programação era bem extensa, nos demos 45 minutos de visita ao local, mas merecia mais, principalmente os jardins! 
    O palácio ainda encontra-se em restauração, mas é muito bem conservado e conta com mobiliário da época real. Recebemos um folheto explicativo na entrada e tem funcionários em todas as salas para complementar as informações. 
 


    A ostentação e riqueza de detalhes já é percebida desde o primeiro ambiente, a sala do trono, um grande salão destinado às audiências oficiais e às grandes festas e recepções da família Real Portuguesa. Atualmente ainda serve para sediar banquetes oferecidos pela Presidência da República.
Em seguida, passamos por vários ambientes muito bem decorados e ricos em detalhes. 



    O percurso pelos aposentos do palácio é demarcado por cordas para evitar o contato do visitante com os objetos históricos. 




    Na parte final da visita, o Salão dos |Imperadores também chama atenção por sua imponência. Este salão era utilizado pelo príncipe regente para o seu Beija-mão e para audiências diplomáticas como ministros estrangeiros. 
    A área externa nos leva a um enorme e bem cuidado jardim, que merecia bem mais tempo de visitação. 


Escadaria Robillion

Canal dos azulejos (essa escada dá acesso ao canal, onde a Família Real passeava de barco).



Fachada de cerimônias do Palácio




Jardins do Palácio







Pavilhão D. Maria


    Saindo de Queluz, nos dirigimos à Sintra, que fica à 16 Km de Queluz. A cidade é encantadora e tem bastante coisa pra conhecer. Pegamos um dia de muita ventania, e sentimos muito frio ao chegar lá. 
    Logo ao chegar, nos deparamos com essa construção de fachada tão interessante - era o News Museum de Sintra - dedicado às notícias e meios de comunicação, está aberto ao público desde 2016. A visita do local custa 8€ e parece bem interessante, mas infelizmente não deu pra conhecer. 


     Impossível não gostar! A cidadezinha fica na encosta da montanha e é super romântica. Desde o final do séc XVIII os nobres e endinheirados construíram diversos palácios. No séc XIX, habitavam por lá Eça de Queiroz e Lord Byron. Quando chegamos, as brumas não permitiam ver o ponto mais famoso da cidade, que é o Palácio Nacional da Pena, que fica no topo da colina. E só um pequeno detalhe - prepare as pernas! Pois com exceção do Palácio da Vila, todas as outras atrações exigem subidas... É possível fazer a pé ou de ônibus. Nós fizemos à pé, apreciando os encantos da cidade, pois já sabíamos que não dava pra ver tudo. Era só a degustação da cidade.
    Existem 2 linhas de ônibus:
    - 434 (circuito da Pena: Palácio da Vila, Castelo dos Mouros e Palácio da Pena - percurso hop on/hop-off 6,90€)
    - 435 (circuito Vila express 4 palácios: Palácio da Vila, Quinta da Regaleira, Palácio de Seteais e Palácio de Monserrate - percurso hop-on/hop-off 5€).



E seguimos ladeira a cima, rumo à Quinta da Regaleira, por 800 metros. 



A subida já nos dava uma mostra de como a cidade era linda.



E chegamos na muralha da Quinta da Regaleira. 


   A Quinta da Regaleira é uma atração considerada lúdica em Sintra, apesar de não ser a mais visitada. Foi construída no final do período da Monarquia (1904-1910). Os ingressos custam 12. E se você tem pouco tempo para desfrutar de Sintra, esse é o lugar que você não pode perder. Quando compramos o ingresso, recebemos um mapa, que é fundamental para a visita. O lugar era uma propriedade de veraneio de uma abastada família que foi transformado pelo patriarca Antonio Augusto Carvalho Monteiro, em uma floresta encantada particular. Escondido no enorme bosque, vamos encontrar estátuas gregas, uma capela neogótica, jardins em vários níveis, fontes, labirintos, grutas, passagens subterrâneas, etc. E o interessante é conseguir chegar ao poço Iniciático - quase uma caçada ao tesouro! O poço é uma torre invertida que afunda 27 metros abaixo da terra. A escadaria com 9 patamares separados por lances de 15 degraus, invocando os 9 círculos do Inferno de Dante, na Divina Comédia. Mas o mais interessante é que ao descer pelo poço, chegamos novamente à entrada da Quinta. Simplesmente inacreditável!
    Há inclusive quem conte que nos jardins há muitos símbolos relacionados à Ordem dos Templários, à maçonaria e à Rosa-Cruz. Vimos coisas que não sei descrever ou identificar. Tudo muito curioso e diferente. A atmosfera do lugar é incrível. 









De um dos pontos do jardim, dava pra ver o Palácio da Pena encoberto na névoa.







Poço Iniciático


poço iniciático visto de baixo para cima.


Depois do poço, o túnel, e chegamos na saída!


Na descida de volta ao centro de Sintra, fomos observando o casario local. 


Centro histórico de Sintra


    E paramos na famosa padaria de Sintra - a Casa Piriquita. A padaria foi fundada em 1862, por uma casal de padeiros que foram encorajados pelo Rei D. Carlos I a confeccionarem as famosas queijadas de Sintra. Atualmente a padaria continua na mesma família, que já está na quinta geração de padeiros. O local também produz um famoso doce chamado de travesseiro - um doce de massa folhada com recheio de creme de amêndoas. 

O local é bem concorrido e muitas vezes tem fila de espera, pois virou ponto turístico em Sintra.

As queijadas

Os travesseiros


Centro histórico de Sintra


    E então, nosso guia nos levou serra acima, para um ponto onde havia um cruzeiro, em um local completamente deserto. Infelizmente não sei explicar como se chega e não consegui descobrir o nome! Mas nos permitiu uma vista belíssima do Palácio da Pena. 




    O Palácio da Pena fica localizado no alto da Serra de Sintra, a 528 m de altitude. O acesso a pé é bem difícil e pouco recomendado. A bilheteria tem longas filas e recomenda-se a compra antecipada do ingresso. O Local era um mosteiro, que foi comprado pelo rei D. Fernando II em 1839 e foi transformado em palácio. O local parece bem diferente, mas não tivemos a oportunidade de conhecer. Voltaremos em breve! Olha os motivos pra voltar se acumulando...



    Da parte histórica de Sintra, seguimos para o litoral. Fomos ao Cabo da Roca. O Cabo da Roca é o ponto mais ocidental de Portugal Continental (e da Europa), o local é uma falésia de 140 m de altitude. . Situa-se na freguesia de Colares, em Sintra (coordenadas geográficas: N38°45'51'', W9°30'2''). No lugar existe o Farol do Cabo da Roca. O visual das falésias e do oceano é algo deslumbrante - com a vista dos paredões de pedra junto ao oceano. A visita é grátis, não precisa pagar nem pelo estacionamento. Lá ainda existe o Farol do Cabo da Roca e um restaurante para acolher os visitantes.  O farol foi construído em 1758 e sua visitação só é permitida nas quartas a tarde. A estradinha que liga a Sintra histórica ao Cabo da Roca é linda. Estivemos no local no meio da tarde e num dia de muita ventania. Só imaginava como deve ser lindo o por do sol ali. 



Farol do Cabo da Roca





    Ponta mais ocidental do continente Europeu - essa placa indica as coordenadas geográficas do local, a altitude e um verso de Camões (os Lusíadas) faz menção ao local: "Aqui, onde a terra se acaba e o mar começa."


    Era virada do ano chinês e tinha um grupo com essa faixa. Perguntamos o que era e eles ficaram bem felizes de emprestar o cartaz que dizia Feliz Ano Novo. 

    Saindo do Cabo da Roca fomos até outro ponto belíssimo do litoral, na cidade Cascais - a Boca do Inferno. Cascais fica a 20 min do Cabo da Roca, já no caminho de volta para Lisboa. Nosso guia maravilhoso incluiu essa surpresa no nosso roteiro. O nome Boca do Inferno deve-se a anatomia do local que com o impacto das ondas, faz um ruído diferente. Ficamos encantados com a beleza do local. E só depois descobri que muitos suicídios ocorrem lá, exatamente devido ao impacto das ondas na falésia, que torna impossível de sobreviver.
    É uma formação rochosa única. Dizem que era um gruta que foi sendo corroída pelo impacto das águas e virou uma grande cavidade a céu aberto, por onde entra e sai água do mar. 









Orla de Cascais


    No caminho de volta para Lisboa ainda passamos em frente ao Casino de Estoril. Você sabia que na II Guerra Portugal era um país neutro, e devido à sua posição estratégica e proximidade do oceano Atlântico, Estoril tornou-se um lugar estratégico das redes de espionagem? Na época, Estoril já era um centro turístico e recebia muitos exilados e refugiados. O casino de Estoril é o maior da Europa e serviu de inspiração para a criação de 007 - Bond, James Bond e ainda foi palco das filmagens do filme 007 - Ao serviço de vossa Majestade, em 1969.



    E ainda em Estoril, fomos apresentados ao imponente edifício abaixo. Sabe quem mora lá, nesse simples apartamento de 5 andares? Cristiano Ronaldo. 



    Cansados, mas felizes, retornamos à Lisboa e resolvemos repetir o Time Out Market. Afinal com tanto restaurante junto, era mais fácil de agradar todas as pessoas do grupo. 


 

    Uma pena que não deu pra visitar tudo e esse lugar está de volta nos meus roteiros na próxima visita à Lisboa. Acredito que precisava de mais um dia inteiro pra que a visita fosse totalmente satisfatória. Precisava conhecer os outros palácios de Sintra, precisava andar no calçadão de Cascais, precisava entrar no cassino de Estoril. Mas o que fizemos já deixou nosso dia pleno e ficamos muito felizes!
    Se você quer ver o que fizemos em Lisboa nesse roteiro, é só clicar: Roteiro Lisboa.

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